20 abril 2025

Confessando a Deus e aos Irmãos: O Dever do Arrependimento Específico na Vida Cristã

Estudo proferido na EBD da Igreja Presbiteriana do Ibura, em Recife/PE. 

ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER 
Capítulo XV. Do Arrependimento Para a Vida 

Seção V. Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas é dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um de seus pecados.

Seção VI. Como cada homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular de seus pecados, pedindo-lhe o perdão deles (e abandonando-os achará misericórdia); assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo deve estar pronto, por meio de uma confissão particular ou pública de seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimento aos que estão ofendidos; isso feito, estes devem reconciliar-se com o penitente e recebê-lo em amor.




A reflexão sobre a natureza do arrependimento e da confissão revela uma dinâmica essencial da vida cristã, que vai além de uma mera constatação genérica de falibilidade humana. As Escrituras e a tradição teológica reformada consistentemente apontam para a necessidade de um engajamento pessoal e específico com os próprios pecados. A Confissão de Fé de Westminster articula essa necessidade, afirmando que os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas têm o dever de procurar arrepender-se particularmente de cada um de seus pecados. Este mandamento implica um exame de consciência diligente, conforme sugerido em Salmos 19:13, que exorta a buscar libertação de transgressões desconhecidas.

A obrigação de confessar pecados não se limita a um foro íntimo com Deus. Como cada pessoa é obrigada a fazer a Deus uma confissão particular de seus pecados, pedindo-lhe perdão e, crucialmente, abandonando-os para alcançar misericórdia, a dinâmica da confissão se estende ao âmbito das relações interpessoais dentro da comunidade da fé. Aquele que causa escândalo a um irmão ou à Igreja de Cristo tem um dever correlato: estar pronto a declarar seu arrependimento àqueles que foram ofendidos, através de uma confissão particular ou pública de seu pecado e do pesar que por ele sente. Este reconhecimento da transgressão e a demonstração de contrição são passos necessários para que os ofendidos possam se reconciliar com o arrependido e recebê-lo em amor.

Essa perspectiva sobre o arrependimento e a confissão destaca a seriedade do pecado não apenas como uma ofensa vertical contra Deus, mas também como uma ruptura horizontal na comunhão do corpo de Cristo. A busca por reconciliação, portanto, envolve tanto o reconhecimento da culpa diante de Deus quanto a reparação das relações danificadas com o próximo. A prontidão em confessar e o subsequente ato de perdoar e receber o ofensor arrependido refletem o evangelho da reconciliação em ação dentro da igreja. De modo geral, o tema da necessidade de arrependimento particular e confissão, tanto a Deus quanto aos ofendidos, lança luz sobre a profundidade da transformação pessoal e a importância da restauração da comunhão na vida cristã.

1. A Insuficiência do Arrependimento Geral e a Necessidade do Arrependimento Particular

A seção V inicia afirmando categoricamente que "Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas é dever de todos procurar arrepender-se particularmente de cada um de seus pecados". Esta declaração destaca a importância de um exame de consciência individual e minucioso, onde cada transgressão é trazida à luz e reconhecida diante de Deus.

Podemos usar como referência bíblica para esta afirmação o Salmos 19:13: "Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então serei irrepreensível, e ficarei livre de grande transgressão". Este versículo demonstra a consciência do salmista sobre pecados específicos, em particular a soberba, e seu desejo de ser guardado deles para ser irrepreensível.

Outro exemplo que podemos citar é o de Lucas 19:8: "Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres metade de meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais". A atitude de Zaqueu ilustra um arrependimento concreto e direcionado a pecados específicos de extorsão e roubo, com a disposição de fazer restituição.

O terceiro texto que podemos nos apoiar é 1 Timóteo 1:13-15: "… a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal". Paulo reconhece seus pecados passados de blasfêmia, perseguição e insolência de forma particular, destacando como a graça de Deus o alcançou apesar de suas transgressões específicas.

Esses exemplos bíblicos fundamentam a doutrina de que o arrependimento genuíno não se limita a um vago reconhecimento da pecaminosidade humana, mas envolve a identificação e o reconhecimento individual de cada pecado cometido.

2. A Obrigação da Confissão Particular a Deus

A seção seguinte do capítulo 15 enfatiza: "Como cada homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular de seus pecados, pedindo-lhe o perdão deles (e abandonando-os achará misericórdia)". Esta afirmação estabelece a confissão individual como um dever para todo crente que busca o perdão divino.

As referências bíblicas que sustentam esta verdade são o Salmos 51:4,7,9,14: "Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau aos teus olhos… Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe… Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades… Livra-me do crime de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, para que a minha língua cante louvores da tua justiça". Este salmo, uma oração de confissão de Davi após seu pecado com Bate-Seba, demonstra uma confissão direta e pessoal a Deus, reconhecendo a natureza específica de suas transgressões. E também Salmos 32:5-6: "Confessei-te o meu pecado e não encobri a minha iniqüidade; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo oportuno". Este salmo ressalta a importância da confissão para obter o perdão e encoraja todos os piedosos a buscarem a Deus em confissão.

Além disso, temos o texto bíblico de Provérbios 28:13: "O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e as abandona alcançará misericórdia". Este versículo estabelece uma clara associação entre a confissão e o abandono do pecado com a obtenção de misericórdia divina.

A passagem de 1 João 1:9 também podemos citar aqui: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". Este versículo reafirma a promessa de perdão para aqueles que confessam seus pecados a Deus.

François Turretin, na sua obra “Compêndio de Teologia Apologética”, no Volume III, detalha o arrependimento real e salvífica, consistindo em contrição, confissão diante de Deus (interna e externa, com auto acusação, condenação e reprovação do castigo, implorando graça) e propósito de correção. Ele enfatiza que a confissão primária é feita no tribunal da consciência, diante de Deus.

Louis Berkhof, em seu livro "A História das Doutrinas Cristãs", observa que os primeiros Pais da Igreja, em harmonia com o Novo Testamento, ressaltavam o "arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" como meios para obter as bênçãos da salvação. A fé era vista como o instrumento para receber os méritos de Cristo e o arrependimento envolvia o abandono do pecado.

3. A Confissão a Irmãos e à Igreja em Caso de Escândalo

A seção VI deste capítulo da CFW prossegue: "Assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo deve estar pronto, por meio de uma confissão particular ou pública de seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimento aos que estão ofendidos". Esta seção trata da responsabilidade do crente em confessar seus pecados quando estes causam escândalo ou ofendem outros membros da comunidade da fé.

As referências bíblicas para esta obrigação são Tiago 5:16: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. A oração do justo, quando eficaz, pode muito". Este versículo encoraja a confissão mútua de pecados entre os crentes, com o propósito de cura e restauração. Lucas 17:3-4: "Tende cuidado de vós mesmos. Se teu irmão pecar, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe". Esta passagem enfatiza a necessidade de repreensão em caso de pecado e a prontidão para perdoar mediante o arrependimento manifestado. Josué 7:19: "Então, disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor, Deus de Israel, e confessa-lhe; e dize-me agora o que fizeste; não mo ocultes". O exemplo de Acã sendo chamado a confessar seu pecado demonstra a importância da confissão em um contexto comunitário, especialmente quando o pecado afeta a todos. O Salmo 51:1-19 também serve de modelo para a expressão de profundo pesar e arrependimento após o pecado, buscando a restauração tanto com Deus quanto com a comunidade.

O parágrafo especifica que a confissão pode ser particular ou pública, dependendo da natureza do pecado e do escândalo causado. Pecados que afetam diretamente um indivíduo podem ser tratados com uma confissão particular (Tiago 5:16), enquanto pecados que trazem opróbrio à igreja podem demandar uma confissão pública (1 Timóteo 5:20). O essencial é a manifestação sincera do arrependimento e do pesar pelo pecado cometido.

Mais uma vez, François Turretin, na sua obra "Compêndio de Teologia Apologética”, no Volume III, reconhece que aquele que ofende a igreja publicamente deve confessar seu pecado diante dela para ser reconciliado e admitido à comunhão, após dar prova de seu arrependimento. Contudo, ele nega que a absolvição judicial de um sacerdote/padre/pastor seja necessária para isso. Ele também afirma que, se alguém sente sua consciência perturbada por pecados graves, pode buscar a consolação de seus irmãos fieis, especialmente de um pastor, para obter aconselhamento e absolvição do pecado. No entanto, ele enfatiza que tal confissão deve ser livre e não requerida de todos como uma necessidade divina para a salvação.

Herman Bavinck, na obra "Dogmática Reformada”, no volume 3, menciona a distinção bíblica entre tristeza piedosa que leva ao arrependimento para a salvação e a tristeza do mundo que produz morte. O arrependimento genuíno envolve mais do que mero remorso pelas consequências do pecado, mas uma mudança de coração e uma aversão ao pecado em si.

4. Reconciliação e Recepção em Amor

A conclusão da seção VI declara: "Isso feito, estes devem reconciliar-se com o penitente e recebê-lo em amor". Esta afirmação estabelece a responsabilidade da parte ofendida, seja o indivíduo ou a igreja, em perdoar e restaurar o pecador arrependido à comunhão.

Podemos citar para este aspecto o texto de 2 Coríntios 2:8: "Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor". Este versículo, no contexto da restauração de um pecador que havia causado tristeza à igreja de Corinto, exorta os crentes a reafirmarem seu amor e a receberem o arrependido de volta à comunhão.

François Turretin, na mesma obra já citada, descreve o poder da disciplina eclesiástica como possuindo duas chaves: fechar e atar, abrir e desatar (Mateus 16:19). A segunda chave refere-se àqueles que se arrependem sinceramente, que, após a devida reparação, devem ser recebidos novamente à comunhão da igreja e dos sacramentos (2 Coríntios 2:6-8). Ele enfatiza que a excomunhão (o nível mais alto de disciplina) não é uma separação perpétua, mas temporária, visando o arrependimento e a restauração (Gálatas 6:1).

A disciplina da igreja, conforme descrito na Confissão de Fé Westminster, baseada nas Escrituras, tem como objetivo levar o pecador ao arrependimento e remover maus exemplos (1 Coríntios 5:6-7). Os oficiais da igreja devem proceder com repreensão, suspensão da Ceia do Senhor e, em casos extremos, exclusão do rol de membros (Mateus 18:15-17). No entanto, quando o ofensor dá testemunho de seu arrependimento, ele não deve mais ser pressionado, e a reconciliação deve ocorrer, trazendo-o de volta à membresia e comunhão da igreja (2 Coríntios 2:7-8).

5. Implicações Teológicas e Práticas

O ensino sobre o arrependimento e a confissão particular de pecados tem diversas implicações teológicas e práticas importantes.

Teologicamente, enfatiza a soberania de Deus no perdão, que é concedido mediante a confissão e o abandono do pecado, conforme suas promessas (1 João 1:9). Contrapõe-se a visões que atribuem poder inerente a sacerdotes para perdoar pecados de forma judicial, como mencionado por François Turretin ao refutar a doutrina romanista da penitência e por Herman Bavinck ao discutir a confissão auricular. A justificação é vista como um ato de Deus baseado nos méritos de Cristo, recebido pela fé (Romanos 5:1), e o arrependimento e a confissão são evidências da graça transformadora na vida do crente.

Praticamente, este ensino exorta os crentes a uma vida de constante autoexame, reconhecendo suas falhas e buscando o perdão de Deus de forma contínua (1 Coríntios 11:28). Encoraja a honestidade e a transparência nas relações dentro da comunidade da fé, promovendo a cura e a restauração em casos de ofensa e escândalo (Tiago 5:16). A prontidão para confessar e a disposição para perdoar são vistas como marcas de uma comunidade cristã saudável e alinhada com o Evangelho (Mateus 18:21-22).

James Petigru Boyce, na sua obra "Teologia Sistemática", destaca que a obra do Espírito Santo é a aplicação da redenção comprada por Cristo, levando os eleitos ao arrependimento e à fé. Isso reforça a ideia de que o arrependimento genuíno é uma obra da graça divina na vida do crente e a igreja deve reconhecer isso quando um membro admite que pecou e deseja ser readmitido.

Conclusão

Estas duas seções que acabamos de estudar, sobre o arrependimento e a confissão particular de pecados, fundamentado nas Escrituras e explicitado por outros documentos teológicos, enfatiza a necessidade de um exame de consciência individual e específico, reconhecendo cada pecado diante de Deus em busca de perdão e misericórdia. Além disso, ressalta a importância da confissão diante de irmãos e da igreja quando o pecado causa ofensa ou escândalo, visando a reconciliação e a restauração da comunhão em amor. Este ensino promove uma vida cristã de humildade, responsabilidade e busca constante pela graça divina, bem como relacionamentos saudáveis e restauradores dentro da comunidade da fé.

16 abril 2025

Nem satisfação, nem causa, porém necessário: O Papel do Arrependimento para o Perdão

Estudo proferido na EBD da Igreja Presbiteriana do Ibura, em Recife/PE. 

ESTUDOS NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER 
Capítulo XV. Do Arrependimento Para a Vida 

Seção III. Ainda que não devamos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma satisfação pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdão dele, o que é ato da livre graça de Deus em Cristo, contudo ele é de tal modo necessário aos pecadores que, sem ele, ninguém poderá esperar o perdão.

Seção IV. Como não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há pecado tão grande que possa trazer a condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente.


A necessidade de reconhecer a própria pecaminosidade e voltar-se para Deus é o pressuposto para a experiência do perdão e da reconciliação com Deus. Vamos entender o conceito de arrependimento e sua relação com o perdão, a natureza do arrependimento como não sendo uma satisfação pelo pecado ou causa do perdão, a livre graça de Deus em Cristo como a fonte do perdão, a indispensabilidade do arrependimento para se esperar o perdão, a universalidade da condenação merecida pelo pecado, e a suficiência do arrependimento verdadeiro para a obtenção do perdão, mesmo para pecados graves.

1) O Arrependimento não como Satisfação pelo Pecado ou Causa do Perdão

A Confissão de Fé de Westminster afirma categoricamente que "não devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma satisfação pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdão dele". Esta declaração estabelece um princípio importante na teologia reformada, distinguindo o arrependimento de noções de auto-justificação ou de mérito humano diante de Deus.

Temos referências bíblicas que sustentam esta perspectiva. Ezequiel 36.31-32 descreve um tempo futuro em que o povo de Deus se lembrará de seus maus caminhos e terá nojo de si mesmo por causa de suas iniquidades e abominações, enfatizando que isso não será feito por amor a eles, mas pela graça divina. Similarmente, Ezequiel 16.61-63 destaca que o reconhecimento da própria maldade e a vergonha precederão o estabelecimento da aliança divina e o perdão, sendo este último um ato da livre graça de Deus.

Louis Berkhof concorda com esta distinção ao criticar a teoria anselmiana da expiação por apresentar erroneamente a punição e a satisfação como alternativas e por reputar os sofrimentos de Cristo como um "tributo voluntário à honra de Deus, um mérito supérfluo que teria servido para compensar pelos deméritos alheios", assemelhando-se à "idéia católico-romana da penitência, aplicada à obra de Cristo". Berkhof enfatiza o caráter objetivo da expiação, baseada na natureza imutável de Deus, e a doutrina penal substitutiva, onde Cristo suportou a penalidade devida ao pecado, e não meramente ofereceu um tributo voluntário. Portanto, a satisfação pela justiça divina é realizada pela obra de Cristo, e não pelo arrependimento do pecador.

2) O Perdão como Ato da Livre Graça de Deus em Cristo

A passagem inicial declara que o perdão "é ato da livre graça de Deus em Cristo", e temos os textos de Oséias 14.2-4, Romanos 3.24 e Efésios 1.7 como fundamentos bíblicos. A ideia central é que o perdão não é algo que o pecador possa merecer ou conquistar através do seu arrependimento, mas sim um dom gracioso de Deus, tornado possível através da obra redentora de Jesus Cristo.

François Turretini reforça essa noção ao afirmar que "a magnitude da corrupção e da impotência introduzidas pelo pecado" demonstram a necessidade de uma ação divina para a conversão e o perdão. A salvação é apresentada como sendo pela graça, em contraste com as obras. Turretini cita Bernardo de Claraval, que afirmava: "A justiça de outro é designada àquele a quem faltava justiça pessoal" e o "meu mérito, pois, é a compaixão do Senhor".

A teologia sistemática de Charles Hodge também enfatiza que a salvação é pela graça, e não pelas obras, entendendo que "ela em nada se fundamenta no próprio crente". O dom do Filho de Deus para a redenção é apresentado como a "mais portentosa exibição de um amor imerecido". A justificação, portanto, não se baseia em algo inerente ao pecador, mas na justiça de Cristo imputada através da fé.

3) A Necessidade do Arrependimento para Esperar o Perdão

Apesar de não ser a causa do perdão, o arrependimento é descrito como "de tal modo necessário aos pecadores que, sem ele, ninguém poderá esperar o perdão", com referências a Lucas 13.3-5 e Atos 17.30-31. Isso aponta para a natureza transformadora da graça divina, que opera no coração do pecador, levando-o ao reconhecimento do seu pecado e ao desejo de voltar-se para Deus.

Wayne Grudem explica que qualquer "proclamação genuína do evangelho deve incluir um convite para fazer uma decisão consciente de abandonar os pecados pessoais e voltar a Cristo na fé, para perdão dos pecados". Ele observa que, embora a fé seja frequentemente mencionada como necessária para a salvação, o arrependimento genuíno e a fé genuína estão tão intrinsecamente ligados que muitas vezes apenas o arrependimento é mencionado, com a fé subentendida.

Herman Bavinck argumenta que a igreja cristã sempre reconheceu que a salvação recebida era um "dom de Deus". A reflexão sobre esse fato levou à compreensão de que a fé e o arrependimento não são meros atos humanos autônomos, mas são originados na "graça eficaz de Deus", precedendo a fé e o arrependimento, inclusive nos adultos.

No entanto, François Turretini ressalta que a graça de Deus não está atada aos sacramentos, e que o batismo, por exemplo, não é absolutamente necessário à salvação, podendo ser substituído pelo desejo e pelo martírio. Isso sugere que, embora o arrependimento interior seja essencial, a ausência de ritos externos por impossibilidade não necessariamente impede o perdão.

4) A Universalidade da Condenação Merecida pelo Pecado

A Confissão afirma que "não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação” e podemos comprovar em passagens como Romanos 6.23; Romanos 5.12 e Mateus 12.36. Esta declaração sublinha a seriedade de toda transgressão aos olhos de um Deus santo e justo.

Charles Hodge enfatiza a "espiritualidade da lei divina e a imutabilidade de seus requerimentos", que condenam "qualquer falta de conformidade com a norma de perfeição absoluta exibida na Bíblia". Ele cita diversas passagens bíblicas que atestam que "todos os homens são pecadores". A doutrina do pecado original, como apresentado na Teologia Sistemática de Alan Myatt e Franklin Ferreira, baseia-se em Gênesis 3 e na evidência de que "somos pecadores a partir do nascimento" (Sl 51.5) e que "todos somos pecadores" (Rm 3.10-12). A conexão entre o pecado de Adão e a situação da raça humana em Romanos 5.12-19 reforça a ideia de que o pecado, em sua raiz, traz consigo a condenação.

5) A Suficiência do Arrependimento Verdadeiro para o Perdão de Pecados Graves

Em contraste com a universalidade da condenação merecida, a Confissão declara que "assim também não há pecado tão grande que possa trazer a condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente” (Is 55.7; Rm 8.1; Is 1.16-18). Esta promessa oferece esperança e segurança para aqueles que, conscientemente, se voltam de seus pecados para Deus.

A misericórdia divina é um tema central aqui. François Turretini explica que expiar, da parte de Deus, é "aceitar uma expiação feita por um sacerdote por meio do perdão e da remissão do pecado". A reconciliação com Deus, conquistada por Cristo através de sua morte, pressupõe a superação da divergência causada pelo pecado.

Wayne Grudem enfatiza que o convite do evangelho é para abandonar os pecados e voltar-se para Cristo "para perdão dos pecados", sem restringir o alcance desse perdão. A suficiência da expiação de Cristo é tal que pode cobrir até mesmo os pecados mais graves, contanto que haja um arrependimento genuíno.

No entanto, é importante notar que alguns textos bíblicos podem parecer desafiar essa ideia, como as passagens que falam da impossibilidade de restauração para o arrependimento em certos casos (Hb 6.4-8; Hb 10.26-31). Herman Bavinck argumenta que essas passagens se referem a um "pecado muito particular", a "blasfêmia contra o Espírito Santo", e não invalidam a possibilidade de perdão para outros pecados mediante o arrependimento.

6) O Papel da Graça Divina no Arrependimento

É crucial reconhecer que o próprio ato de arrependimento, embora uma resposta humana, é também fruto da graça divina. Como mencionado anteriormente, Bavinck argumenta que o arrependimento se origina na "graça eficaz de Deus". François Turretini afirma que o mesmo Deus que ordena o afastamento da iniquidade opera esse afastamento em nós por seu Espírito.

A capacidade de se arrepender não é inerente ao ser humano caído, mas é um dom de Deus. A “bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento” (Rm 2.4). Assim, o arrependimento verdadeiro é tanto um ato de volição humana quanto uma obra da graça divina no coração do pecador.

Conclusão

O estudo destes parágrafos da CFW revela uma compreensão rica e equilibrada do arrependimento e do perdão na teologia reformada. O arrependimento, embora essencial e necessário para se esperar o perdão, não é em si mesmo uma satisfação pelo pecado ou a causa do perdão. Vimos que o perdão é um ato soberano da livre graça de Deus, tornado possível tão somente através da obra redentora de Jesus Cristo. A seriedade do pecado é inegável, com toda transgressão merecendo a condenação divina. Contudo, a misericórdia de Deus é tal que nenhum pecado é grande demais para ser perdoado quando acompanhado de um arrependimento verdadeiro, que é, em última instância, capacitado pela própria graça divina. Esta compreensão teológica oferece uma base sólida para a prática da confissão de pecados e para a confiança na promessa do perdão para todos aqueles que se voltam sinceramente para Deus em Cristo.



15 abril 2025

[Exposição] Uma Falsa Paz | Mateus 7.21-23

21 Nem todo aquele que diz a mim: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos céus, mas somente o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
22 Muitos dirão a mim naquele dia: ‘Senhor, Senhor! Não temos nós profetizado em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E, em teu nome, não realizamos muitos milagres?’
23 Então lhes declararei: Nunca os conheci. Afastai-vos da minha presença, vós que praticais o mal. (Mateus 7.21-23) 


Aqui estamos diante do fim do Sermão do Monte. Nas últimas palavras do Sermão, o próprio Filho de Deus nos confronta com a realidade de que a mera profissão de fé nem sempre garante a entrada no reino dos céus. A mensagem central desses versículos é o perigo do auto engano e da auto ilusão, um tema que ele conecta diretamente à advertência contra os falsos profetas no parágrafo anterior. Ele também ressalta que esses versículos servem para enfatizar que nada tem valor diante de Deus, exceto a verdadeira retidão e santidade.

Consideremos agora esta advertência em 3 pontos, pois ela nos chama para examinar o cerne de nossa relação com Deus.

1) Primeiramente, reflitamos sobre o significado de clamar "Senhor, Senhor"

Muitos podem invocar o nome de Cristo, professar a religião cristã, professar sujeição a Ele e até mesmo usar Seu nome em ministérios públicos, buscando reconhecimento e aceitação. Contudo, nem todos que proferem essas palavras com os lábios possuem um amor sincero e uma fé verdadeira em Cristo — "... este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim…" (Isaías 29:13).

A verdadeira entrada no reino dos céus não se resume a uma declaração verbal, mas sim a fazer a vontade do Pai que está nos céus — "Por que me chamais Senhor, Senhor, não fazem o que eu mando?" (Lucas 6:46). Essa vontade, no que concerne aos cristãos, envolve especialmente a fé em Cristo para vida e salvação, a fonte de toda verdadeira obediência evangélica — "E esta é a vontade daquele que me enviou: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna" (João 6:40).

A ortodoxia, a crença correta sobre Jesus, é essencial — "Todo aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus" (1 João 4:15), mas depender apenas dela é um perigo, pois até os demônios creem — "Crês tu que Deus é um só? Fazes bem. Também os demônios o crêem e estremecem" (Tiago 2:19).

O que devemos ter é a ortopraxia, que é a conduta correta baseada na doutrina bíblica ensinada por Jesus — "Se vocês sabem estas coisas, bem-aventurados serão se as praticarem" (João 13:17). A palavra ortopraxia vem do grego orthopraxia, que significa "prática correta", e é essa prática que evidencia a fé viva — "Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta" (Tiago 2:17).

2) Em segundo lugar, ponderemos sobre as falsas evidências de salvação que podem nos enganar

No dia do juízo, muitos dirão a Cristo: "Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas obras maravilhosas?". É possível pregar a doutrina correta em nome de Cristo, expulsar demônios e realizar muitos milagres, e ainda assim ser excluído do reino. Essas obras, mesmo as mais extraordinárias, podem ser realizadas com motivos errados, buscando a própria glória e não a de Cristo — "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens" (Colossenses 3:23) — ou impulsionadas pela carne e não pelo Espírito — "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus" (Romanos 8:14).

Até mesmo a operação de milagres não é prova de que um homem tem fé salvadora. A ênfase naquilo que fazemos em nome de Cristo não deve obscurecer a necessidade de um relacionamento genuíno com o próprio Cristo — "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17:3).

Vejamos alguns exemplos na Bíblia que comprovam que realizar “obras maravilhosas” em nome de Cristo não garante a salvação:

Balaão, embora fosse um profeta que recebeu revelações de Deus, agiu por ganância e foi posteriormente condenado — "Tendo abandonado o reto caminho, desviaram-se e seguiram pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o pagamento pela injustiça. Mas ele foi repreendido pela sua transgressão: um animal de carga mudo, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta" (2 Pedro 2:15,16).

Caifás, o sumo sacerdote que profetizou que Jesus morreria pela nação, falou uma verdade espiritual sem sequer compreender seu real significado — "Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vocês não sabem nada, nem entendem que é melhor para vocês que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação. Ora, Caifás não disse isto por conta própria, mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação” (João 11:49–51). Ainda assim, foi cúmplice na crucificação do Messias.

Os apóstolos, incluindo Judas Iscariotes, realizaram milagres, curas e expulsaram demônios — "Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças" (Lucas 9:1). Judas recebeu poder e autoridade sobre todos os demônios, mas ainda assim, traiu Jesus e se perdeu.

Os setenta discípulos também voltaram alegres dizendo que até os demônios se submetiam a eles em nome de Jesus — "Senhor, em seu nome os próprios demônios se submetem a nós!" (Lucas 10:17). Mas Jesus os advertiu: "... alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, e sim porque o nome de cada um de vocês está registrado no céu" (Lucas 10:20), revelando que o verdadeiro motivo de alegria não são as obras, mas a salvação.

Os judeus exorcistas, especialmente os filhos de Ceva, tentaram expulsar demônios usando o nome de Jesus sem o conhecerem de fato — "Os que faziam isto eram sete filhos de um judeu chamado Ceva, sumo sacerdote. Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço Jesus e sei quem é Paulo; mas vocês, quem são? E o possuído do espírito maligno saltou sobre eles, dominando a todos e, de tal modo prevaleceu contra eles, que, nus e feridos, fugiram daquela casa" (Atos 19:14-16). Foram envergonhados e atacados pelo espírito maligno, demonstrando que o uso do nome de Jesus sem relacionamento com Ele é inútil.

Esses exemplos mostram claramente que operar sinais e milagres ou até mesmo falar verdades espirituais não é garantia de salvação. O que importa é ser conhecido por Cristo — "... se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele" (1 Coríntios 8:3).

3) Em terceiro e último lugar, confrontemo-nos com a terrível declaração: "Nunca vos conheci"

Cristo, o juiz, declara abertamente nunca ter tido amor ou afeição por aqueles que, apesar de suas obras em Seu nome, praticavam a iniquidade. Essa iniquidade pode residir em fazer a obra do Senhor enganosamente, pregando a si mesmos e buscando seus próprios interesses — "Evitem praticar as suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles" (Mateus 6:1,2) evidencia que a intenção do coração não pode ser mascarada por obras superficiais.

A ausência da presença de Cristo é o próprio inferno, demonstrando que sem um relacionamento genuíno com Ele, não há verdadeira luz ou vida — "Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha" (Mateus 12:30) reforça o perigo da separação espiritual.

O teste final não são as aparências externas ou os feitos realizados, mas sim a realidade íntima do coração e a genuína busca pela justiça e santidade — "...o Senhor não vê como o ser humano vê. O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o coração" (1 Samuel 16:7).

John Wesley, parafraseando sobre o verso 23, diz: “nunca houve um tempo que eu o aprovasse; por mais que eles tenham salvado tantas almas, eles próprios nunca foram salvos de seus pecados. Senhor, é o meu caso?”.

John Gill explica que o "conhecer" de Cristo implica afeição e aprovação. Ele também oferece uma interpretação do talmud da frase "Eu nunca te conheci" como significando que Cristo não os admitiria em Sua presença e glória. Gill ainda contextualiza a "iniquidade" praticada por essas pessoas não necessariamente como pecados abertos, mas como fazer a obra do Senhor enganosamente, buscando seus próprios interesses em vez da glória de Cristo.

Aplicação 

• Não confiar apenas na profissão verbal de fé: Meramente chamar Jesus de "Senhor, Senhor" não garante a salvação. É essencial que essa declaração seja acompanhada de um amor sincero por Cristo e uma fé verdadeira nele. Como Paulo esclarece, ninguém pode dizer "Senhor Jesus", senão pelo Espírito Santo. Não podemos confiar na nossa ortodoxia se não há ortopraxia!

• Examinar a motivação por trás do serviço cristão: Mesmo aqueles que pregam, expulsam demônios ou realizam milagres em nome de Cristo podem ser excluídos do reino dos céus se seus motivos forem impuros, buscando agradar aos homens, engrandecer a si mesmos ou promover seus próprios interesses em vez da glória de Cristo. A ênfase deve estar no próprio Cristo e no que Ele fez, e não apenas no que nós fazemos em Seu nome. Pregadores devem ser fieis dispensadores da palavra, buscando a glória de Deus e não a sua própria.

• Desconfiar de evidências superficiais de salvação: Não devemos nos iludir com o fervor emocional ou com a realização de obras impressionantes como garantia de salvação. O fervor pode ser meramente carnal. O poder de realizar milagres ou expulsar demônios pode ser concedido mesmo àqueles que não têm uma fé genuína. O próprio Judas Iscariotes tinha poder para expulsar demônios, mas se perdeu. Devemos alegrar-nos não pelos resultados aparentes, mas por termos o nosso nome escrito nos céus.

• Buscar genuína retidão e santidade: A verdadeira fé em Cristo se manifesta em fazer a vontade do Pai, o que implica uma vida de obediência evangélica e busca por santidade. Coisa alguma tem valor diante de Deus, exceto a verdadeira retidão. Qualquer coisa diferente disso, será como um “Senhor, Senhor!”. Se a nossa ideia de justificação pela fé não incluir a busca pela santificação, então não é o ensino bíblico.

• Aplicar testes de caráter e natureza interior: Em vez de focar apenas nas aparências externas, devemos examinar o caráter interior, buscando os sinais distintivos de um verdadeiro crente, como humildade, mansidão e fome e sede de justiça, conforme ensinado no Sermão do Monte.

• Reconhecer o perigo do autoengano: A auto decepção sobre a nossa salvação geralmente ocorre quando dependemos de falsas evidências. É crucial enfrentar honestamente essa verdade e buscar em Cristo a verdadeira fome e sede de justiça. No dia do juízo, haverá muitas surpresas, com pessoas que foram louvadas neste mundo sendo excluídas do reino.

09 abril 2025

[Opinião] A IPB, confessionalidade e o cuidado com espantalhos

Por Ewerton B. Tokashiki 

Quando você ouvir ou ler um pastor ou qualquer oficial da IPB Ihe advertindo sobre "colocar a nossa confessionalidade acima do evangelho", lembre-se que no capítulo I "Natureza, Governo e fins lgreja", o artigo 1º. declara que "a lgreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de igrejas locais que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamentos e como sistema expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve; rege-se pela presente Constituição; é pessoa jurídica, de acordo com as leis do Brasil, sempre representada civilmente pela sua Comissão Executiva e exerce o seu governo por meio de concílios e indivíduos, regularmente instalados"[1].

Não colocamos a nossa confessionalidade acima das Escrituras. Bem como não desprezamos os nossos Padrões de Fé por crer somente nas Escrituras, pois aceitamos que a CFW e os Catecismos Breve e Maior é o "sistema expositivo de doutrina e prática" fielmente extraídos da Bíblia. Apesar da limitação cognitiva ou mera desonestidade de alguns não entenderem isso.

Espera-se e exige-se fidelidade bíblica e honestidade confessional para ser um oficial presbiteriano. Sejamos honradamente, sem espantalhos e sem mentiras, sejamos fiéis em nossos votos e em nossa palavra. A Palavra de Deus nos adverte que "não mintam uns aos outros, uma vez que vocês se despiram da velha natureza com as suas práticas e se revestiram da nova natureza que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que a criou."(Cl 3.9-10). Que o SENHOR Deus nos preserve em seu temor e santidade.


Fonte: Instagram