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19 janeiro 2021

Quem foram os puritanos?

Por Jónatas Rafael Lopes

Os puritanos foram um movimento religioso, durante os séculos XVI e XVII, sendo inspirados através do ministério William Tyndale em Inglaterra (1494-1536)[1].

O objetivo principal era completar o que a reforma protestante não tinha conseguido. Receberam esta alcunha de puritanos em 1568[2].

Além disso, tiveram os seguintes objetivos: reformar o culto anglicano, restabelecer os valores do Reino na área política, doméstica e social desejando que os ingleses pudessem viver a fé de modo reto. Acreditavam, também, que seria através da pregação e do ensino do evangelho que tal aconteceria[3].

Os puritanos acreditavam que ainda havia muitos resquícios de papado na igreja anglicana e, como tal, queriam purificar a Igreja segundo a Palavra de Deus[4].

Infelizmente, o termo “puritano” é muito mal usado nos dias de hoje devido à ignorância das pessoas para com estes servos de Deus. Por exemplo, se queremos ofender alguém, simplesmente chamamos “puritanos”.

Na ótica destas pessoas, estão a querer dizer que esses “puritanos”, na verdade, estão a exagerar ao serem legalistas ou extremistas perante alguma situação.

Contudo, os puritanos tinham o desejo de servir ao Senhor Deus com as suas vidas para que pudessem glorificá-lo em tudo o que fizessem.

Nesse sentido, o domínio próprio era muito praticado.

Foi devido a isso que Jonathan Edwards (1703-1758) fez as suas 70 resoluções tendo o objetivo que a sua vida rendesse louvores a Deus[5].

Outra consideração notável sobre estes servos de Deus era a constante avaliação do coração para analisarem as suas motivações. Não bastava ter apenas o comportamento correto como também era necessário ter a motivação ou atitude certa[6].

Aplicação para os dias de hoje sobre quem foram os puritanos

Sem dúvida que este é um grande desafio. Isto porque, hoje em dia, a maior preocupação das pessoas no século XXI é com o estético. O problema é que o estético não trata da raiz, mas da fachada.

Temos de analisar, cada vez mais, as nossas motivações para percebermos se as mesmas glorificam a Deus.

As emoções são os verdadeiros indicadores de como está o nosso coração. E nós não somos chamados a tratar das nossas emoções, numa primeira instância, mas a cuidar do nosso coração que é o nosso maior problema.

Se Cristo não edificar a nossa vida, nós iremos ruir ainda que a fachada possa continuar bela. Somos belos construtores da fachada, mas a beleza do interior só pode ser construída por Deus.

Por vezes, sentimo-nos podres, mas queremos continuar a cultivar uma imagem de virtudes – usando máscaras – pois não queremos dar a parte fraca perante os homens e, principalmente, perante Deus ao pedir-lhe perdão e dizer-lhe o quanto queremos depender d’Ele.

Temos de ser mais puritanos quanto a este aspecto e examinarmos a nossa vida diariamente analisando o que fazemos e pensamos à luz da Palavra de Deus.

[1] Ryken, Leland – “Santos no mundo”, São José dos Campos: Fiel, 2010, p. 15
[2] Cairns, Earle E. – “O cristianismo através dos séculos”, São Paulo: Vida Nova, 1995, p. 273
[3] Packer, J. I. – “Os gigantes de Deus”, São José dos Campos: Fiel, 1996, p. 8
[4] Cairns, Earle E. – “O cristianismo através dos séculos”, p. 273
[5] Lawson, Steven J. – “As firmes resoluções de Jonathan Edwards”, São José dos Campos: Fiel, 2010, p. 37
[6] Lawson, Steven J. – “As firmes resoluções de Jonathan Edwards”, p. 39